sábado, 22 de novembro de 2008

Enterrando os fantasmas



...Porque nem tudo que está morto está necessariamente enterrado...
Os fantasmas são pessoas, situações fracassadas ou possibilidades que não aconteceram. Diz respeito a tudo e a qualquer coisa. É aquilo que incomoda, pertuba e atrasa a sua vida para o “novo” o “vivo” o “possível”.
Conviver com fantasmas pode ou não ter uma parcela de culpa do assombrado. Alimentar a nostalgia do passado atrai os fantasmas como o açucar atrai formigas. Em alguns casos, a culpa não é só parcial como total da pessoa que se diz vítima desse mal. Mas o mais grave mesmo é quando você perde o medo deles e passa a conviver numa boa com isso, como se fosse parte saudável e necessária da sua vida, o que não é.

Vamos partir do início:
1-Um plano, objetivo ou relacionamento não deu certo.
2-Você tentou de outras formas e outras vezes.
3-Chegou num momento tal que você percebeu que aquilo não teria mais chance alguma.
4-Você desistiu e respeitou as circustâncias que te provaram que não daria mais. (vale salientar que respeitar algo não é sinônimo de “se conformar”com tal...)

Só que lembrar o “se” constantemente é um vício que atormenta. As lembranças do que você idealizou, viveu e até do que poderia ter sido perseguem aqueles que não conseguem verdadeiramente entender o fim das coisas.
Se tivesse dado certo...
Se eu tivesse conseguido...
Se tivesse acontecido...
Se eu tivesse falado...
Se eu tivesse ido...
E outros zilhões de “Se”.

O “se” só deve ser lembrado uma vez resumindo-se numa única frase:
Se tivesse que ser, teria sido!
E aproveitando que o ano está acabando, desejo a todos que encontrem a melhor maneira de afastar seus fantasmas internos e os que ainda estão muito vivos por aqui, lembrando que é você quem os atrai, e só VOCÊ que tem o poder de enterra-los para sempre.
E por mais perceptiva que eu seja, mesmo sabendo que tenho o dom pra isso, a partir de agora, EU NÃO ACREDITO MAIS EM FASTASMAS.

sábado, 8 de novembro de 2008

"Quase 27"

Em casa, em pleno sábado, tava aqui pensando no motivo do “solteira aos quase 27”.
Esse tal de “quase 27” passou a ter um peso difícil de carregar. Lembro bem quando dizia que tinha 25 e achava o máximo, mas agora, beirando os 27, significa que só faltam quase 3 anos para os 30, e chegar aos 30 solteira pode sim ser maravilhoso se você não sente a necessidade de estar ao lado de alguém realizando sonhos e batalhando pelas conquistas mútuas.
Dividida entre o orgulho de ser inacreditavelmente jovem e linda ao chegar nessa idade e ao fato de continuar solteira, eu fico pensando nos prós e contras disso tudo e me pergunto o “porquê” que eu paro para pensar nesse tipo de coisa. Lembro bem das aulas de psicologia e filosofia quando falávamos sobre o ser humano ter a necessidade social de fazer parte de algo, de seguir regras e concluir o ciclo de nascer, crescer e reproduzir ( com o detalhe do “casar” no meio desses dois últimos) e morrer.
Nunca me preocupei se eu fazia parte ou não de algum grupo ou se era bem aceita ou não
por isso, mas agora me pego pensando nessas coisas e concluo que não deixo de ser mais um fruto ordinário do meio. Mas por que isso só está acontecendo agora?
“É a idade...” hehehhe

Ser solteira aos “quase 27” pode ser muito legal pra muitas coisas, e principalmente quando essas coisas ainda são prioridade para muitas pessoas que estão nessa idade, como:
Ficar com quem quiser e quando quiser;
Não ter que dar satisfação de para onde vai, com quem e como;
Viajar sozinha ou com amigas;
Não precisar gastar dinheiro com presentes de natal, dia dos namorados e aniversário;
Não precisar brigar nem chorar por alguma decepção ou raiva;
Poder usar minis e tops porque ninguém vai reclamar por ciúme;
Não ter D.Rs;

Mas o que não existe pelo fato de ser solteira aos “quase 27”:

Não ter alguém para esquentar o pé gelado na noite ao dormir de conchinha;
Não ter outra escova fazendo companhia para a sua no banheiro;
Não ter pra quem mandar mensagens dizendo coisas legais;
Não ter alguém com um telefone claro para ligar custando R$0.06 centavos só pra falar besteira;
Não ter alguém pensando com você em quantos filhos vão ter e com quem vão parecer;
Não ter com quem dividir as poltronas para casal do BOX CINEMAS;
Não ter alguém que diga que mesmo quando acorda descabelada você continua linda;
Não ter alguém que mesmo cansado acorde as 05:00 pra te levar trabalho;
Não ter alguém que faz planos e inclui você em todos eles;
Não ter alguém que seja sincero e diga que aquela roupa ficou linda ou ridícula;
Não ter alguém para te proteger e para passar a segurança do quanto você significa;
Não ter alguém que te entenda com um simples olhar;
Não ter alguém que tenha paciência para te ouvir quando o resto do mundo some;
Não ter alguém para ir a praia com você para pegar aquele bronze camarão;
Não ter alguém que compre 1 big big e te traga de surpresa;
Não ter alguém que traga flores;
Não ter alguém que diga “eu te amo” e faça o mesmo;
Não ter alguém para amar pra toda vida .

Às vezes a nossa idade é psicológica. Poderia mesmo aos “quase 27” estar brincando de legos. Mas não. O que quero construir é real e bem maior que uma simples caixa de peças coloridas que se encaixam e podem desmoronar a qualquer instante. Quero algo resistente que não seja frágil, quero algo verdadeiro e é por isso que não é tão fácil de encontrar. Na verdade não se encontra, né... Se constrói. Aos poucos, diariamente, (mas não tente fazer isso sozinha mesmo que você seja a mais forte e dedicada das pessoas...) A falta de certeza se vai acontecer, e se for, quando será, é a grande questão...É o tipo de coisa que não dá pra marcar no calendário, estabelecer um prazo ou definir com qual idade gostaria de estar quando for acontecer.
Ahh, vale a pena lembrar:
É preciso que exista a outra pessoa.
E que ela tenha as mesmas intenções. ( Pelo menos de tentar).
MAS mesmo ela existindo e tendo as mesmas intenções ainda assim não há garantias.
E mesmo sem garantias o que importa é não desistir. Na pior das hipóteses o que der errado servirá como experiência para a próxima tentativa e “Os que conseguiram foi porque um dia tentaram”. Hehehe
(Esse conselho é velho, básico mas certeiro!)

...E enquanto os sinos não tocam, eu junto os sonhos e planos e continuo vivendo aquela vida de solteira lá de cima, que não é por escolha mas sim por falta da outra opção...


OBS: Bem, na dúvida, alguém sabe quanto está custando uma bicicleta?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A carne é fraca

Lenda urbana ou não, comportamento tipicamente masculino ou não, o fato é que se prega que “a carne é fraca”. A metáfora sugere que é quase humanamente impossível resistir aos desígnios da carne, aos desejos da pele e por isso, como num matadouro, a carne que passar à frente está pronta para o abate. A metáfora continua, nesta línguagem de açougue, para mostrar como homens e mulheres se comportam. Eles se abatem todos os dias e essa necessidade canina, carnívora e voraz transforma as relações entre os sexos num rodízio quase canibal. São insaciáveis, querendo provar uns aos outros, usando como pretexto, a tal lenda que diz que a carne é fraca e que é impossível de resistir às ofertas deste incrível mercado. Provar de tudo, provar de todas, com pouco tempo para saborear. A carne é fraca. Não importa o corte, se está bem ou mal passada, dentro do prazo de validade. O que vale é provar. O que, no entanto a maioria das pessoas não sabe, e isto se aplica majoriamente aos homens, é que não é a nossa carne que é fraca, fraca é a carne que nós provamos todos os dias.
Já dizia a minha avó, que uma refeição tem que ter “sustança”, tem que alimentar o corpo. Ora uma carne fraca não alimenta ninguém, não tem consistência e por isso há a necessidade de sempre se comer mais e mais. A carne pela carne não nutre. Um feijão, um arroz, um purê e uma salada acompanham a carne, dão a tal sustança ao prato. E continuando a metáfora percebemos que a carne é fraca por que só come carne fraca e essa carne não alimenta. Para abandonar esse ritual insaciável de gula, o homem ou a mulher só precisam encontrar, mas principalmente ser um prato de carne que alimente. E que me desculpem as mulheres que são apenas um petisco de churrasco, mas eu sou a carne que emerge de uma consistente dobradinha.



Auf wiedersehen

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Hora da faxina

Às vezes parece cansativo arrumar e muitas vezes é preciso tempo para organizar e colocar coisas em ordem. Para que seja possível “arrumar”, é preciso antes bagunçar, e foi assim, arrumando a bagunça de uma desordem recente que eu consegui encontrar muitas coisas:
Uma linda blusa que havia anos que não usava;
Uma frase solta e espontânea num rascunho de papel de guardanapo;
Um chiclete sem cor e duro, que eu joguei longe por preguiça de levar no lixo;
Um cd com a música que me levou de volta a um lugar do qual eu nunca gostaria de ter saído;
A cópia de uma carta (que sim, eu enviei!);
Uma vontade reprimida de dizer que eu amo (ainda que não saiba se é verdade);
Uma calçinha Jogê pink, porém suja;
Uma prova que teve a maior nota da turma;
Uma trabalho que não mereceu nota nenhuma (plágil total);
Uma vontade de jogar tudo que não tem significado fora;
A urgência de repor o significado que está faltando ali;
Uma camisa branca, envelhecida, que perdeu seu perfume para a minha memória;
Uma recordação de um momento bem vivido;
A saudade desse momento que passou;
Os grandes planos de fuga que tinha na infância;

As idéias que ainda não aconteceram;
A coelhinha da minha sobrinha que eu escondi dizendo que ela voltou pra revista;
As minhas melhores piadas;
As certezas que eu senti e que havia esquecido;
A minha consciência de volta no lugar que lhe pertence.
Eu.
O melhor de mim e minhas verdades, confusas ou não. MINHAS!
Eu encontrei muitas coisas e pude colocar tudo no seu devido lugar. “Devido”. Na verdade não existe uma regra para os lugares certos quando tentamos organizar esse tipo de coisa. As coisas estão sempre mudando de lugar e dependendo da fase que estamos vivendo elas passam a ter mais ou menos importância, ou seja, ganham um grande espaço ou ficam apertadinhas em caixas, quase que esquecidas...
Eu coloquei tudo nos lugares que nesse momento eu acho ‘adequados’..
Antes que eu esqueça:
Uma grande surpresa dessa faxina foi que no cantinho do fundo do guarda-roupa eu encontrei uma caixa de sapato. Abri e tirei da caixa apertada e quase que amassada uma linda coroa que tava cheia de poeira, mas que ainda tinha um brilho fantástico. Dei de volta a ela o lugar não só adequado, mas MERECEDOR para o brilho raro que ela carrega..

E em breve esse meu gesto será facilmente reconhecido.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A cama de Luisa

Um belo dia Luisa acorda com um lado da cama vazio e já não consegue dormir. Não importa o quão tarde tenha ido para cama, não importa o quão cansada, fatigada ou inerte, o fato é que Luisa tem um lado da cama que está vazio. Ela agora só dorme do lado direito da cama, o lado que não está encostado à parede. Isso por que ele agora só dorme do lado esquerdo, tanto da cama como do peito. Ela dorme do lado direito por que sempre acorda mais cedo e levanta-se mil vezes para fazer mil coisas e volta para aninhar-se nos braços dele outras mil vezes, interrompendo o seu sono. E Luisa não consegue ficar fora da cama, por que ali encontrou um ninho, no meio de um edredon fofo e quentinho. Luisa, narrando para a sua amiga Clara, conta que os braços dele são como enormes bolas de algodão, que a cercam, afagam e deixam apoiar sua cabeça. Luisa conta ainda que a casa que antes era só dela, agora não faz mais tanto sentido sem ele e que a escova de dentes dele no banheiro é sempre uma importante lembrança da sua presença.

Felizmente, suspira Luisa, a ausência dele não é sempre constante e o vazio da cama logo é preenchido por ele novamente. Por que ele lhe disse, num desses dias quaisquer, que cada pessoa é como um porto, com um barquinho que navega livremente, mas que sempre tem esse tal porto para onde voltar. E ele sempre volta para Luisa por que Luisa é o porto dele e ele o porto dela.

Contudo Luisa não sabe aonde tudo isso vai dar. Não sabe quanto tempo vai durar, se vai durar, se vai ficar sempre assim, aconchegada para sempre nas bolas de algodão. Luisa não sabe e não quer saber. Não pensa sobre isso, não projeta, não sonha, não espera nada, a não ser aquilo que lhe chega às mãos todos os dias. A única coisa que Luisa sabe é que, por enquanto, para ele a porta da sua casa vai estar sempre destrancada, o lado esquerdo da cama e do peito também. E esse "por enquanto" Luisa quer que dure para sempre.





CRÉDITOS


A susue, minha amiga do peito esquerdo e direito. Para ela também a porta está aberta.


segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Pânico na psique! O superego sumiu!

Id: Caracteristicas atribuidas ao sistema incosciente. O id representa a porção inacessível a princípio, inconsciente, de uma espécie de repositório de emoções, lugar onde residem os conteúdos ocultos, caracterizadores do que realmente somos; É regido pelo principio do prazer e da satisfação.

Superego: Representa a censura das pulsões que a sociedade e a cultura impõem ao id, impedindo-o de satisfazer plenamente os seus instintos e desejos. É a repressão, superego é simplesmente a consciência, o que controla e limita nossas atitudes impulsivas. Pode-se afirmar que o superego é o conjunto de valores que vamos gradualmente adquirindo em nossa convivência com a sociedade. É o superego que diz o que se deve ou não fazer, se quizermos existir com o mínimo de harmonia.

Ego: O ego finalmente, é o eu psicológico, ponto de convergência entre o id e o superego. Do embate entre esses dois elementos pode nascer ou não um ego estruturado, responsável pelo hipotético ser humano estruturado que somos ( ou seríamos)...

Ok. Depois dessa maravilhosa aula freudiana eu poderia dizer que o meu superego simplesmente sumiu. Acredito que pela primeira vez ele "se deu férias" já que conscientemente eu nunca permitiria. Mas ter sumido não foi tudo, ele deixou no lugar dele o ID, que ao invés de ajudar a arrumar o que já está bagunçado, conseguiu deixar tudo fora do lugar. Ainda mais.
Não estou conseguindo entender minhas atitudes, reações e impulsos. Na verdade eu não estou me entendendo.
Simplesmente de umas semanas para cá eu tenho sentido uma enorme necessidade de gratificar as minhas necessidades de todas as naturezas e a última coisa que está me preocupando é a consequência disso tudo. Só sei que estou sendo completamente contraditória a tudo que sempre defendi como sendo o correto (como se eu soubesse o que é realmente certo) .. e estou priorizando os meus desejos imediatistas, o que é atípico da garota emotiva mais racional que eu conheço. Falar e fazer são os verbos de ação mais presentes na minha vida nesse momento. Pensar já foi. Tudo menos pensar. Sim, SiM, SIM. Só não entendo mais o "NÃO".
Bem, não sei se essa fase é uma etapa necessária para minha evolução que eu acabei pulando um dia e só percebi agora que precisava voltar nela para fechar um ciclo, não sei por quanto tempo isso vai durar, nem se existe vida depois disso, a única coisa que posso dizer é:
ID, pega o beco de volta pros quinto do iceberg do incosciente de onde tu nunca deveria ter saído porque tu deitasse e rolasse aqui e agora quem vai ter que limpar tua sujeira sou eu!!!
OBS: E quer saber, esse post não teve moral nenhuma, até porque o superego está ausente e era ele o responsável pela moral e lógica das coisas. Não estou em condições de encontrar explicações para nada!
Obrigada pela compreensão.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

A vida é um brechó - parte II

Não sei se acontece com todo mundo, mas às vezes eu tenho uma vontade imensa de me esvaziar. Tal como se esvazia um guarda-roupa, com todas aquelas coisas que você não usa mais ou simplesmente nunca usou. Uma vez tive um sonho em que eu vestia uma roupa que não agradava a alguém e esse alguém me pedia para trocar de roupa, por que essa eu já tinha usado com ele. E eu simplesmente ficava desesperada por que aquela era a minha melhor roupa e, naquele momento, a única. Foi então que, através de uma análise meio freudiana, de associações livres e, conversando com minha Susue, percebi que todos nós vestimos roupas diferentes, para diferentes ocasiões e para diferentes pessoas. E essas roupas dizem tudo sobre nós. São roupas imaginárias, mas que podem cair tão bem quanto um vestidinho preto básico, ou tão mal quanto uma calça pantalona numa mulher baixinha. Infelizmente são os outros que nos dão o parâmetro do quão boa a roupa nos ficou. E para aquela pessoa, naquele momento, a minha roupa imaginária não lhe agradava. Ele queria uma mulher fútil, fácil e fatal, eu estava vestida como uma simples garota que quer uma boa companhia, uma conversa e, quiçá, um chocolate quente.
Hoje nem sei mais onde anda esse alguém e pouco me interessa. Mas do sonho ficou a metáfora. O meu guarda-roupa está muito cheio. Cheio de roupa velha, de coisas que eu preciso desapegar, abandonar, vender, doar, queimar, fazer desaparecer, colocar num brechó. Por que uma coisa que não me sirva, pode servir a alguém e um brechó é o melhor lugar para se repassar velhos costumes.

A grande saga de Sofia

Sofia sofre. Sofre por que sente. Sofia está num grande dilema, numa dúvida da qual ela já sabe a resposta, mesmo sem admitir. Foi assim das outras vezes, vai ser assim desta também. Sofia sabe que o que sente é fruto de algo que lhe é natural. Quando se apaixona, se incomoda. Por que para Sofia estar apaixonada é sentir 10 vezes mais, é elevar à décima potência qualquer sentimento, por mais simples e banal que seja. E é por isso que Sofia, tão reticente, evita a paixão. Por que já se deixou tomar por ela várias vezes e todas as vezes com intensidade suficiente para fazê-la sofrer em vão. Sofia não se se é só com ela que isso acontece, ou se com todo mundo é assim o que ela sabe é que o bom mesmo é somente gostar. É isso que pensa Sofia. Gostar está bom que chegue, dá que baste, para se manter uma relação. Mais que isso é soberba. Mais que isso é excesso e o que é excesso ou mata ou engorda. Sofia quer permanecer magra, e viva de preferência. Estar apaixonada é se incomodar com tudo. Tanto o bom quanto o ruim tomam as mesmas proporções e o que é bom é ótimo, o que é ruim é muito mais que péssimo. Tudo muito sem motivo. Somente pelo simples fato de que Sofia sente e sofre por que sente demais. A grande saga de Sofia, a sua grande missão, é evitar que essa paixão tome conta de si, por que é demais e ela não aguenta. Nunca aguentou. Sofia não quer mais se incomodar. Quer só gostar, como quem gosta de morangos: gosta, mas vive sem, não morre por eles nem faz tanta questão se não houver na sobremesa. Sofia quer só gostar e só ter isso mesmo pra sentir e não discutir, não se abalar. Um dia na praia, uns raios de sol, só gostar, devem ser o bastante e é pra isso que Sofia acorda todos os dias. Só para gostar.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Qual é a hora?

Amélia não consegue colocar o fogão pra funcionar. Já chamou o porteiro, o encanador. Já leu e releu o manual e o gás continua escapando sabe-se lá por onde. Todos os tubinhos, os encaixes, os canos, tudo no devido lugar. Amélia já usou a esponjinha com sabão, mas o vazamento não se acusa e Amélia continua, abusada e obtusa, sem conseguir ligar o fogão. Qual é a hora de Amélia simplesmente deixar de cozinhar?


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Elisabete sentou-se na cama, tarde da noite, catou todas as notinhas de contas de cartão para fazer suas contas. Ela estava adiando esse momento, esperando a vida dar uma guinada incrível e tudo se reverter. Mas chegou a hora de realmente colocar as contas no papel. Tudo em 4, 6, 10, 12 vezes sem juros no cartão. E não acabam nunca. E ainda aluguel, condomínio, feira, farmácia, consertos do carro. Tudo muito caro. Do dinheiro que ela tem, nada sobra e ainda vai faltar. Qual é a hora de Elisabete se desesperar?


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Marina tem a casa toda bagunçada. Móveis por montar, plantas morrendo, louça por lavar. As toalhas espalhadas pela casa, o tapete do banheiro todo molhado. Milhares de pastas e cds espalhados pelo chão da sala por que o rack não está montado. Qual é a hora de Marina organizar a vida e depois se organizar?


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Maria Alice tem um namorado, todo carinhoso, com quem ela passa o final de semana inteiro deitada na cama, conversando potoca, sem hora pra dormir de novo ou acordar de novo. Maria Alice encontrou esse namorado sem nem procurar por um, desmentindo o ditado que diz que quem procura acha. Qual é a hora de Maria Alice se deixar levar de vez, sem reticência e sem reticências?


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Fernanda está num dilema: olha dentro dos olhos de quem gosta e somente diz que gosta quando na verdade sente bem mais que isso. E volta a olhar nos olhos, a afagar, dar carinhos e beijinhos, a abraçar como se fosse a última vez, só para medir a intensidade do sentimento. Chega a não ligar, nem dizer nada, por que também precisa medir o quanto sente falta. Qual é a hora de Fernanda dizer que ama, em vez de dizer que gosta?


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Abigail tem mil projetos, mil sonhos, mil coisas que quer concretizar. Mas está perdida e sem tempo. Sempre teve mamãe do lado pra guiar e agora não tem mais. São tantas idéias, tantas, que não dá pra controlar. O cérebro não pára. O corpo pára e Abigail cai no meio da rua, assim, do nada. Qual é a hora de Abigal sentar e fingir, por um momento, que nada existe, para que ela possa descansar?



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Raquel não tem tempo. Nem pra si, nem pra vida, nem pra nada. Ela não fica parada. Corre de um lado pro outro e não chega a nada. Que satisfaça. Qual a hora de Raquel parar o próprio relógio? O relógio não pára.







Auf wiedersehen.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A vida é um brechó

Um brechó cheio de coisinhas interessantes.
Pra se achar alguma coisa que preste em brechó (e quando eu digo brechó é daqueles cheios de coisas de vó mesmo, não as lojas caras e chiques que simulam esses ambientes) é preciso procurar muito. Andar pela Rua do Aragão, por horas, perscutando cada um daqueles buracos escuros, entrando em todas as lojinhas, falando com aquelas vendedoras tão engraçadas, que soltam palavrões reclamando de alguém que passou calote, ou simplesmente correm atrás de você querendo vender "esse sofá praticamente novo, de uma dona de Boa Viagem, que só precisa trocar todo o estofamento, mas que pra você eu faço um precinho especial".
Em brechó a gente encontra poltronas, almofadas, candelabros, mesas, vestidos, broches, perucas, telefones que não funcionam, globos estroboscópicos, bancos, televisões sem antena, geladeiras, sapatos, sonhos, projetos, frustrações por que nem tudo a gente pode comprar e, na verdade, a maioria das coisas a gente não pode comprar. Por que brechó é tudo, mas tem um problema: não divide em 10 x sem juros no hipercard.
Como metáfora para a minha vida, ela agora é um brechó. Vivo cantando coisas que possam me trazer dinheiro e agora meu quarto é um verdadeiro brechó, cheio de roupas que não dão mais em mim ou que eu não uso, ou roupa com as quais eu tenho um apego emocional forte, que teve que ser destruído, por que as contas estão chegando e é preciso pagá-las. O namorado também foi um achado, não num brechó, mas quase isso: num buraco escuro cheio de mulheres com pó de arroz.
No brechó que é agora a minha vida, a sorte do orkut sempre me diz a verdade: é hora de inovar, com criatividade, eu vou receber uma herança, minha vida vai mudar completamente. A minha casa ta quase pronta, com coisas de brechó e eu tenho outros tantos negócios para fazer.


Auf wiedersehen.





Ps: não deixem de visitar o brechó que eu e as garotas fizemos: www.comquelayouteuvou.blogspot.com

domingo, 31 de agosto de 2008

Lei da atração X Lei de Murphy : A batalha

Lei da atração:"O mundo é o resultado. Nós que criamos tudo a partir dos nossos pensamentos."
Ok. Não quero falar muito sobre o que significa a lei da atração ( O segredo), porque tenho certeza que já está tão comercializado que até o DVD você encontra em qualquer camelô do centro.

Lei de Murphy: "se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará"

Ou seja, a rainha da lei da atração é irmã da Mrs. Murphy.
É difícil colocar em prática toda a minha sabedoria quando dorme ao meu lado, a pessoa mais pessimista da face da terra ( ainda bem que EU sou extra-terrena...)
Se eu digo algo pra ela, ela com certeza irá pensar em todas as possibilidades do "NÃO" daquela coisa, independente do que seja, por exemplo:
- Vou tomar banho.
- Vai logo porque é capaz de faltar água quando tu tiver lavando o cabelo.
Isso quer dizer que QUALQUER COISA que eu diga ou que acontece, ela virá com sua maré de frases negativas e deixando claro que se está ruim, não se preocupe que poderá piorar.
São muitos detalhes lineares que nem sempre são necessários para minha tão dispersa e complexa mente. Sou feliz as vezes com um bombom, mas ela vai certamente me lembrar que posso engordar ou ganhar uma cárie com ele.
É complicado... Eu tento ser a maior discípula de Rhonda Byrne mas as vezes não tem como não ser contagiada com esse lado oposto.
As vezes eu chego em casa e digo:
-Vou dormir só um pouquinho antes de ir pra faculdade.
-Cuidado pra NÃO dormir muito e acabar perdendo a aula!
E ai eu perco mesmo a aula. É, as vezes ela está certa. Murphy tem sua força... E isso a deixa sempre no alerta, para evitar sofrimento ou decepção, essa atitude é na verdade uma tentativa de proteger você mesmo e também quem você ama. Mas eu continuarei sorrindo e dizendo "SIM" pra todas as coisas e para todas as pessoas... Sei que as vezes devemos parar para ter atenção, mas eu opto por prosseguir naquele mesmo sinal que está sempre verde pra tudo, e isso minha grande amiga extra-ordinária conhece muito bem...
Eita, abriu!
Fui!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Silogismo

Um silogismo é uma conexão de idéias, um raciocínio. É um termo filosófico com o qual Aristóteles designou a argumentação lógica perfeita, constituída de três proposições declarativas que se conectam de tal modo que a partir das primeiras duas, chamadas premissas, é possível deduzir uma conclusão. Num silogismo, as premissas são um ou dois juízos que precedem a conclusão e dos quais ela decorre como consequente necessário dos antecedentes, dos quais se infere a consequência. Um exemplo clássico de silogismo é o seguinte:

Todo homem é mortal.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.

Decidi colocar em prática o silogismo e ver até que ponto ele pode ser verdadeiramente enriquecedor da experiência humana de tirar conclusões corretas a partir de deduções tão sensatas. E deu nisso.

Nível básico de silogismo:

João tem pés.
A galinha tem pés.
Logo, João é uma galinha.

Nível mais avançado de silogismo:

Vingança é um prato que se come cru.
Prato cru geralmente é frio.
Logo, vingança é um sushi.

É, o post foi só pra desafiar Aristóteles. E agora Totinho, chupa essa manga!

 


Auf wiedersehen.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Homenagem

Por que eu li o texto de Anninha e me inspirei.

A gente só pode ficar (no sentido de permanecer presente) com alguém que faça a gente se sentir diferente da forma como a gente se sente quando está com qualquer outra pessoa. E isso serve pra tudo: pras amizades, pra família e pro amor.

Eu fico com a minha mãe por que ela me traz aquela sensação de que o amor não pode ser maior que aquilo, por que não caberia no coração.
Eu fico com a minha irmã Aimara por que ela foi e sempre será aquele bêbê que eu dei banho como se fosse uma boneca viva.
Eu fico com o meu pai, que às vezes, raramente, me liga só pra saber como eu estou e fala, com aquela voz melosa, como se eu fosse ainda uma criança.
Eu fico com a minha amiga, Susue, que até os defeitos eu acho graça, que me abraça tão apertado e fala que me ama, assim como eu amo Susue também.
Eu fico com as minhas avós, que vêem na eterna servidão aos netos, a maior demonstração de afeto e amor que alguém pode dar.
Eu fico com meus amigos de trabalho, que são amigos de verdade, com quem eu sei que posso contar, seja pra fazer um capuccino, me trazer uma água ou simplesmente me prometer que vão pintar minhas paredes.
Eu fico com minhas tias, sempre prestativas, que não medem esforços pra me ajudar, que me divertem e me amam como se eu fosse filha.
Eu fico com minha quase mãe Myrna, por que ela é um doce em pessoa e eu já acho graça de chegar em casa e ela estar sempre no  telefone.
Eu fico com Anna Terra por que ela tem o maior e mais sincero sorriso que eu conheço. E não é exagero.
Eu fico com Zeli, a boadrasta que é bem mais que isso por que é uma amiga verdadeira pra todas as horas.
Eu fico com quem prefere dormir comigo do que com muitos travesseiros.
Eu fico com alguém que deixe meu dia mais leve.
Eu fico com alguém que sempre me dê uma luz verde para tudo.

Eu fico com o amor, seja pra quem for.


Auf wiedersehen.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Pequenas histórias - Parte II

O GARÇOM

Num boteco qualquer.
- Ei! Tio!
- Opa minha filha!
- Eu quero uma água mineral, por favor.
- Não temos água mineral.

(como assim um bar não tem água mineral????)

- Hummm...então me traz um guaraná antárctica, tem?
- Só tem Kuat.
- Humm, então uma coca, normal.
- Só tem light.
- Então uma fanta.
- Só tem uva.
- É...então traz aquelas pedrinhas
de gelo espertas, que eu deixo derreter!


O PORTEIRO

Num prédio vigiado por umas 50 câmeras,
dois indivíduos se beijam.
Alcides, o porteiro, chega sorrateiramente
e na maior cara-de-pau:

- Boa noite.
- Boa noite. Diz o casal meio encabulado.
- A partir das 11 da noite não pode namorar
no prédio. Ordens do síndico.
- Ok. Não namoraremos mais.

Por que no dito prédio não se pode conversar
também, e duas pessoas não podem ir ao banheiro,
ainda que em banheiros separados, e também não se
pode marcar churrasco na piscina por que, ou churrasco,
ou piscina. A única coisa que se pode no prédio é organizar
comício estudantil do partido verde. Só coisa assim, bem
sem graça, bem de quem, tal como o síndico, não tem nada
mais empolgante pra fazer.


Auf wiedersehen.

Pequenas histórias

O TIO ALEMÃO

- Mamãe, posso chamar seu namorado alemão, de tio?
Pergunta a menina de 3 anos.
-Ôh filha, pergunte pra ele se pode. Eu acho que alemão
não gosta de ser chamado de tio. Isso é coisa aqui do Brasil.

- Andreas (o alemão), posso te chamar de tio?
Pergunta a menina.
- Não sou seu tio. Responde ele.

- Filha, coma seu almoço. Vá, coma minha filha.
Diz a mãe num dia qualquer.
- É filha, coma seu almoço querrida.
Completa o namorado alemão.
- Você não é meu pai.
Responde a pequena.

OS DEDOS

- Andreas, o que quer dizer isto?
Pergunta a mãe para o namorado alemão, fazendo um sinal
com o dedo indicador e o médio levantados.
- É um V de vitória?
- Não.
- É Paz e Amor?
- Não.
- Então não sei o que é!
- São dois dedos.


- Loli, o que quer dizer isto?
Pergunta o namorado alemão à menina de 3 anos,
fazendo um sinal com o dedo indicador e o médio
levantados. Sem exitar, a menina responde:
- Dois dedos!

Criança é foda.


Auf wiedersehen.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Tem dias que a noite é foda


Alguém me disse essa máxima que define qualquer coisa que possa acontecer entre o dia e a noite de um ser humano. Apesar de ser nome de música de duplinha-pop-sem-graça (K-Sis), a frase tem seu mérito. E por isso mesmo, virou título de post. Tem dias que a noite é foda.

no outro dia a gente acorda com sono
ou a gente simplesmente não dorme.
no outro dia bate aquela dor de cabeça
por que a gente simplesmente perdeu a cabeça.
no outro dia tem um despertador insuportável tocando
e a gente não acerta o botão pra desligar.
no outro dia todas as vodkas ainda estão no sangue
ou a gente vê que nem tem mais sangue mesmo.
no outro dia são copos e mais copos de água
e idas e mais idas ao banheiro.
no outro dia a gente vê que gelo nem faz tanta falta
ou que cachaça não é tão bom assim.
no outro dia a gente não come por que o estômago não aguenta
ou por que a gente quer permanecer em forma.
no outro dia a gente toma um banho pra lavar a alma
sem querer que o cheiro da noite saia.
no outro dia a gente não quer que o outro dia chegue
ou que o dia que a gente está fique parado ali mesmo.
Mas a gente percebe que as estruturas cronológico-temporais
não podem ser mudadas.
E aí vem a noite de novo. E essa sim, é foda.



CRÉDITOS

À Cachaçaria Carvalheira pelo rockzinho legal.
A Mauro que me deu o ingresso.
Ao meu pai por eu ser publicitária e ir pra festas de beber de graça.
A quem me acompanhou, que me faz rir com suas besteiras.


Auf wiedersehen

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Um drama à parte

Tem dias que a gente acorda e percebe que falta um monte de coisa que não era pra faltar. Que o diga Mauro, que me acompanhou numa jornada desenfreada pelos brechós desse Recife de nossossinhô. Catando as coisas mais baratas, descobrimos que, de fato, brechó barato é ilusão. Até que encontramos seu Severino, Sev para os íntimos. Ele tinha tudo barato, inclusive uma linda poltrona de bolinhas que seria a minha próxima aquisição. E foi, de ontem para hoje, sonhando com a poltroninha e colocando as contas num papel, que eu me daparei com o monte de coisas que faltam e que não eram pra faltar. E eu nem falo da minha lista de chá de panela!


Falta dinheiro, muito dinheiro.
Falta a poltrona e o sofá.
Falta mais açaí na praia, dia de domingo.
Falta um amor de verdade.
Falta um tenis novo.
Falta um pouco de sensibilidade no mundo.
Falta paciência pra cliente chato.
Falta tábua pra tanto prego.
Falta minha mãe.
Falta meu pai.
Falta vontade pra estudar.
Falta aquelas almofadas lindas que eu vi.
Falta a gente montar nosso negócio do Toy Art, Mauro.
Falta vodka com redbull todos os dias.
Falta meu carro parar de encher meu saco.
Falta um pouco de coragem.
Falta um bocado de lucidez.
Falta um tanto enorme de sensatez.
Falta meus amigos irem no meu chá de panela.
Falta o aumento no final do mês.
Falta um pacotinho de m&m's todos os dias.
Falta aquele abraço apertado todas as noites.
Falta tempo pra caramba.
Falta um monte de coisas que já nem dá pra contabilizar.

Mas a gente sabe que falta tudo, mas não falta uma risada pra fingir que está tudo bem. Falta menos ainda a possibilidade inédita de curar todos os males e dramas humanos comendo um farto e calórico Duble Cheese no Mac, enquanto passa um negão lindo, estilo rapper americano, com uma pochete ridícula e Mauro, na minha frente, fazendo palhaçada com um canudinho.





Ah, visitem o site dele: www.maurobello.blogspot.com


Auf wiedersehen.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Chá de Panela


PARA QUEM FOR PODRE DE POBRE

1 VASSOURA
1 PÁ PEQUENA COM VASSOURINHA PRA CATAR O LIXO
1 PIAÇAVA PARA BANHEIRO
1 ESFREGÃO
1 BALDE PARA ESFREGÃO
1 JOGO VASILHAS PLÁSTICAS (DIVERSOS TAMANHOS)
JOGO DE TOALHAS DE ROSTO (LISAS, DE CORES VIBRANTES!)
3 TOALHAS DE BANHO (LISAS, DE CORES CLARAS)

3 JOGOS DE LENÇOL E FRONHA PARA CAMA DE CASAL (1 JOGO POR PESSOA NÉ)
1 ESCORREDOR DE PRATO GRANDE
1 PORTA ESPONJA E DETERGENTE DE COZINHA
1 EDREDON BEM GOSTOSO COLORIDO
1 PORTA ESCOVA E PASTA DE DENTES
1 PACOTINHO DE PEGADOR DE ROUPA DE PLÁSTICO
1 FRIGIDEIRA PEQUENA DE TEFLON
1 GRELHA METÁLICA PARA ASSAR PÃO
2 COLHERES DE PAU (PEQUENA E MÉDIA)
1 JOGO DE COLHERES DE PLÁSTICO DE TIRAR A COMIDA DA PANELA (DIVERSOS FORMATOS)
2 JARROS DE VIDRO PARA COLOCAR ÁGUA
3 CAÇAMBAS DE GELO, DE PLÁSTICO
1 VODKA SMIRNOFF E 4 LATINHAS DE REDBULL
1 JOGO DE COPOS DE VIDRO OU PLASTICO COLORIDOS, LISOS, GRANDES
1 CUADOR DE CAFE
1 TABUA DE PASSAR ROUPA
1 JOGO DE TALHERES, DAQUELES COM CABO DE PLASTICO MESMO
1 PORTA AZEITE,VINAGRE E SAL
CAIXAS GRANDES TIPO GAVETÃO, DE PLASTICO
2 ALMOFADAS ROSA CHOCK NA PROMOÇÃO POR R$ 9,90 CADA, NA TOKSTOK
2 ALMOFADAS AZUL TURQUESA NA PROMOÇÃO POR R$ 9,90 CADA, NA TOKSTOK
1 TÁBUA MÉDIA DE CORTAR CARNE, DE PLÁSTICO
1 ACENDEDOR DE FOGÃO (AQUELES COM ISQUEIRO)


PARA QUEM FOR PODRE DE RICO OU QUISER FAZER COTINHA

1 LEITOR DE DVD
2 BANCOS DE BAR, AQUELES ALTINHOS, DEVE SER UNS R$ 30,00 NA CIDADE!
1 FERRO DE PASSAR ROUPA
1 LIQUIDIFICADOR
1 POLTRONA QUE EU VI NUM BRECHÓ NA CIDADE, APENAS R$ 150,00 !!! BARATÍSSIMO
1 SOFA QUE EU TAMBÉM VI NUM BRECHÓ NA CIDADE, APENAS R$ 180,00!!! UMA PECHINCHA!

DINHEIROOOOOOO, MUITO DINHEIROOOOO!!! HAHAHAHAH
1 BILHETE PREMIADO DA MEGA SENA.


OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

1. a lista poderá ser aumentada a qualquer momento
2. cada pessoa me dá um ou mais presentes, nada de um casal me dar uma vassoura se não é pirangagem demais!!! hehehehehe
3. As coisas plásticas são em cor verde alface tá gentem!!
4. Os presentes que aparecerem grifados é por que alguém já vai me dar. =)





É isso. Por enquanto.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A ponte




Eu estou diante de uma ponte de madeira que balança insegura sobre um abismo. O final da ponte não se vê, muito menos o que está do outro lado. Onde eu estou é seguro. Atrás de mim estão todos aqueles que dependem ou cobram de mim seja o que for, mas que, principalmente, não querem que eu atravesse a ponte. Contudo, para eu atravessá-la, são me impostas três condições: colocar duas pesadas asas sobre as costas, não levar ninguém comigo na travessia e cortar as cordas que sustentam a ponte quando chegar ao outro lado, para que ninguém me siga. Por que o que está do outro lado só pertence a mim. Porém não é fácil pagar tão caro para ver o que há depois do abismo. Eu tenho as asas que, apesar de asas, são pesadas. Eu tenho uma ponte que não sei onde vai dar e tenho a culpa espremida, junto com as minhas coisas, pesando dentro da bolsa. Seria pedir demais que a ponte fosse o caminho de volta ao útero materno? Seria pedir demais que eu voltasse a ser só, sem erros nem acertos, uma residente adormecida de uma barriga quentinha? Eu quero atravessar a ponte e quero ir para tão longe que ninguém me alcance.



CRÉDITOS

À minha mãe que tinha o melhor útero do mundo.
A ela novamente por ser a única que apóia a minha travessia.



Auf wiedersehen.

A valsa

Para se dançar uma valsa, dois.
Para que essa valsa faça sentido, alguns acordes.
Para que tenha ritmo, alguns passos.
Para que tenha leveza, uma mão na cintura outra no braço.
Para que tenha firmeza, um homem que guie.
Para que tenha intensidade, olhares.
Para que acabe, aplausos.



Auf wiedersehen.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Era uma vez ... Duas vezes... Três vezes...


Que a mesma história se repetia... E de tanto se repetir, a linda princesa pronta no seu vestido com laços e muito brilho decidiu não sair mais de seu castelo pois tinha medo de encontrar príncipes falsos ou perdidamente apaixonados que viraram sapos após o efeito da paixão que passava. Ela se protegeu e resolveu se ocupar com o jardim do seu reino, acreditava que cuidando daquelas flores as borboletas viriam com mais frequência e ela estava certa!
As borboletas vieram e com elas uma nova pessoa.. Ele tinha tudo para ser um príncipe e mesmo sem ter dito que sim, ela acreditava que no fundo ele realmente era. E ele morava bem ali, ao lado do reino dela, mas ela fazia tantos passeios e viagens que nunca havia percebido. Esse príncipe conheceu seu castelo e também convidou-a a conhecer seu reino. Fizeram muitas coisas divertidas juntos e adoravam estar na companhia do outro... De uma inocente e inesperada amizade nasceu a segurança e o conforto de sonhar novamente com o amor verdadeiro e recíproco, o construído progressivamente, aos poucos, como mexer um mingau de aveia.
Mas num belo dia, porque nos contos todos os dias são belos, a princesa saiu para dar um passeio e ao se aproximar percebeu que avistava de longe o seu querido beijando a feiticeira e foi então que a princesa parou e sentiu-se em choque com a cena.
A princesa voltou pra seu lar atônita e muitas coisas foram passando pela sua cabeça, inclusive todo o filme desse conto que tinha se tornado a sua vida, mas de tudo que ela pensou houve uma coisa que de todas foi a mais sensata que ela conseguiu concluir:
Não é culpa das bruxas, dragões, sapos ou feiticeiras;
O castelo não a protegeu de ser invadida por sonhos, ilusões e falsas esperanças;
Nunca teremos certeza de quem realmente são as pessoas que fazem parte da nossa vida, nem mesmo as que frequentam nosso castelo;
A vida não é um conto de fadas, logo, príncipes não existem. Nem com cavalos nem sem eles. Sendo assim ela nunca foi uma princesa. Por isso, de tão desapontada, ela tirou a coroa.
Mas isso definitivamente não foi o mais difícil de aceitar. O difícil são os inúmeros fins da mesma história, é a falta de confiança e a insegurança que os outros têm em se envolver, em manter por muito tempo uma história bonita.
Na vida real tentar usar uma coroa é parecer ridículo. O que chama atenção e desperta o interesse são o brilho das "armaduras". Quanto mais brilhar a armadura mais interessante será a pessoa, porque o valor dela e o tanto que se conhece dela está ali, só do lado de fora. E isso basta para muitos.
No caso da princesa que deixou de ser e se viu no mundo real, ela tem 2 opções:
Continuar acreditando ( guardar a coroa);
Ou tirar o vestido, os sapatos e assim como a maioria, vestir-se com a armadura.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

O beijo - clique para ler.

terça-feira, 22 de julho de 2008

O Curinga


O Curinga é uma carta do baralho que vale por todas as outras e tem o poder de assumir qualquer valor. Cada baralho é composto de 52 cartas e em cada um existem quatro Curingas que podem aparecer espalhados ou concentrados nas mãos dos jogadores. É o um trunfo na manga, é o fator surpresa, é o triunfo da esperteza sobre a inteligência e por isso, muitas vezes, é descartada do baralho. O Curinga simplesmente fica de fora do jogo, sorrindo da ingenuidade alheia, debochando do fato de que só ele não segue regras e estar fora do baralho é consequência disso. O Curinga, portanto, pode ser a carta mais importante e mais desejada de um jogo, mas nem sempre a melhor, por que é a carta mais injusta e mais insensata. Ele é a personificação do incorreto, a certeza de que há males que vêm para o mal mesmo. Mas isso não faz do Curinga um vilão, ou da carta a necessidade de ser descartada. Isso faz do Curinga um espelho da fraqueza humana, da corrupção e de como se pode ganhar um jogo sem fazer nada de bom nele, por que o Curinga também ensina que 48 cartas do bem não valem nada se no meio do jogo existem 4 cartas do mal, ainda que sejam apenas quatro. E de tudo isto se tiram várias lições:

A bondade não existe sem a maldade
Para existir maldade basta apenas existir alguma coisa
Para existir a bondade precisa existir muita coisa
A maldade é gratuita
A bondade é opção
A vida é um jogo com mais de quatro Jokers
O jogo não acaba e não existem vencedores
A insensatez faz parte do jogo
O trunfo muitas vezes tem que ser descartado
O maior inimigo é o mais próximo
Os heróis seguem muitas regras
Os vilões não seguem nenhuma
Os trouxas seguem a emoção
Os idiotas fazem blef para si mesmos
Um erro condena o que cem acertos não salva
Um erro condena o que cem acertos não salva
Um erro condena o que cem acertos não salva



Créditos

Ao Curinga por ser mau e ser tudo.
Ao jogo que infelizemente tem que ser jogado.
Ao Curinga que é tudo, mas está fora do baralho.




Auf wiedersehen

A vontade

A vontade de avançar é maior que a de recuar.
A necessidade de recuar é iminente.

A vontade de abandonar é maior que a de investir.
A necessidade de investir é a que se impõe.

A vontade de prender é maior que a de libertar
A necessidade de libertar é a que sobra.

A vontade de fugir é maior que a de ficar
A necessidade de ficar é a que impera.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sebastião

Sebastião era um homem amargo, pouco sexo, muito cigarro. Fumava dois maços por dia, bebia cinco cafés, três conhaques e uma pinga. Comia cachorro-quente e porcaria. Não bebia água, não comia fruta, não corria. Cultivava uma barriga de 9 meses sem ninguém lá dentro. Morava só, num quarto alugado sem ninguém à espera. Almoçava sozinho sem ninguém do lado. Tinha no pulmão um cinzeiro empoeirado. Tinha no lugar do coração um buraco desabitado.

Natasha

Nathasha era doce e era bela. Da sua cabeça pendiam longos, pesados e lisos cabelos pretos. Ela tinha um jeito todo especial de andar, de sorrir, de atender o telefone e até de fazer, com os dedos, movimentos circulares constantes à volta do copo em que bebia. Suas unhas sempre perfeitas, seu cabelo sempre penteado, suas faces sempre rosadas, seus olhos sempre delineados, sua boca sempre molhada, denunciavam que Natasha estava sempre cuidada. Mas Natasha não era somente doce e cuidadosa, era cautelosa, precavida e segura, sempre. Natasha nunca perdia o controle.
Um dia, ao envolver-se como o seu vizinho, um príncipe encantado que em vez de a cavalo chegou à sua porta de elevador, Natasha tomou todas as precauções para que este relacionamento desse certo. Entre beijos, vinhos, queijos e risadas, Natasha sempre ponderava cada um dos passos que dava, como uma dança ensaiada. As coisas andavam no compasso certo. Natasha jogava o charme, junto com os cabelos, tirava o corpo, jogava o beijo e assim o vizinho ia perdendo o controle que Natasha agora tomava como seu. Lá do alto da sua doçura, da sua cautela, da sua candura, lá do alto do seu controle, do seu pudismo, da sua timidez, lá do alto Natasha levou um tombo. Entre beijos mais quentes, presa entre os braços do seu vizinho, Natasha perdeu o controle quando o dito cujo largou o vinho, segurou-lhe a perna e deslizou sua mão da coxa ao calcanhar dela. Natasha toda tremia, meio surpresa, meio perdida, com as forças findas e a boca fria. Do alto de todas as suas precauções e de todas as suas cautelas, Natasha a bela, paralisava todo o seu corpo diante do seu enorme deslize: não havia depilado as pernas.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Se tornando amigo da sombra

Os últimos acontecimentos da minha vida me fizeram refletir sobre várias coisas.
Mais uma vez me descobri desconstruindo um sentido que havia amarrado e guardado
dentro de algum lugar onde se guarda coisas que não nos permitimos esquecer.
“Desconstruir” sentido significa o mesmo que matar uma ideologia, e muitas vezes quando isso acontece você passa por um processo que se chama “reconhecer a sombra”.

A sombra é o mais poderoso de todos os arquétipos já que é a fonte de tudo que existe de melhor e pior no ser humano.A sombra representa tudo que foi suprimido, o lado negligenciado ou não escolhido, aquele que poderia ter sido vivido e não foi. Neste sentido a sombra está sempre ao lado do indivíduo e focaliza o resultado das suas escolhas.
Normalmente, reconhecer a sombra implica em “arrumar encrenca” e colocar em questionamento toda a consciência de si: os hábitos, crenças, valores, afetividade, etc.
É um mergulho no desconhecido, é ficar sem chão, é perder o apoio.
Quem nunca se sentiu assim? Quem nunca passou por essa experiência? Se tentou evita-la, saiba que quando ela conseguir emergir ela virá com uma força esmagadora, e você não terá como controlar e dificilmente saberá como lidar com isso, o melhor a fazer é olhar para si e assumir o resultado das decisões que não foram felizes em alguns momentos da nossa vida, e a partir daí, reconhecer o aprendizado da situação e agir da melhor forma não se culpando pelas coisas que não saíram como você esperava.
Sempre que ouço as pessoas falarem de problemas e dizerem:
“Eu errei”. Ou mesmo: “Você errou”.
Eu penso:
O que é um erro? O que é certo ou errado?
Eu não acredito em erros. Chamar de erro atitudes e decisões que tomamos ao longo de nossas vidas é a forma que encontramos de nos punir ou punir aos outros quando o resultado não é feliz, porque é nisso que eu acredito. O que nos faz bem ou não, o que nos faz feliz ou não, acredito que sempre fazemos o que achamos ser o melhor em cada momento e isso depende de como estamos e de tudo que nos rodeia em todos os aspectos da nossa vida, não dá pra simplesmente pensar que se tivesse tido mais amadurecimento e sabedoria na altura dos acontecimentos os “erros” poderiam ter sido evitados. Pensar assim é deprimente e não acrescenta nada. Cada um tem seu tempo e sua velocidade, é muito relativo, assim como é relativo o próprio conceito de certo e errado. (Às vezes o que parece ser certo para você pode ser completamente errado para outra pessoa)...
Alcançar a sabedoria e a maturidade não é não errar, na verdade é entender que erro não existe e que o que fazemos é tentar o que achamos ser o melhor que podemos, e se depois isso causar decepção, é conseguir entender que você tentou o que achou ser possível.
Lembrem-se que nunca seremos perfeitos nem para nós mesmos nem para os outros mas nada nos impede de tentarmos ser cada vez melhores.
Por esse motivo que venha a sombra e a luz de todas as reflexões que ela precisar trazer!
Que elas sejam apenas uma ponte para o outro lado, onde colhemos as lições de tudo o que passamos e que consideramos importantes para o nosso crescimento.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Um PS

Post Script: cheguei hoje na agência e dei de cara com um bilhete suspeito colado no meu mac. Estava escrito com caneta preta, de tinta permanente dessas que se escreve em CD. É um post it amarelo da livraria Saraiva que diz assim: "Carol, você é linda e magra! Beijosmeliga. Seu admirador secreto." Ainda estou tentando descobrir quem é.


Auf wiedersehen.

Um dia é preciso escrever coisas felizes

Todo o texto feliz ou emocionante geralmente começa com “existem coisas na vida” e assim o texto prossegue. Com este texto não poderia ser diferente por que, de fato, existem coisas na vida que fazem com que ela valha a pena, por mais piegas que isto possa parecer. A gente tem que passar por aqui para saber como é sentir tanta coisa junta. E eu sinto algumas que são assim:

Dormir abraçado em baixo de um edredon, numa cama cheia de almofadas, parecendo um ninho, com uma pessoa tão especial que faz-nos sentir parados no tempo e presos para sempre nos lençóis. E dessa prisão nenhum dos dois querer sair.

Passar a madrugada conversando qualquer coisa, deitada numa cama, olhando nos olhos quem a gente quer bem, sem que no outro dia seja preciso ir trabalhar. Sem que dia nenhum da nossa vida seja dia de ir trabalhar.

Dar risadas bem altas ao fim da tarde, na praia, com a melhor amiga, olhando para o mar, correndo na areia, num dia de domingo, com a praia vazia. E o sol simplesmente nunca se pôr.

Acordar com mamãe, à beira da cama, fazendo carinho no meu rosto, nos meus cabelos, dando beijinhos e imitando os passarinhos para eu acordar. E sempre ter a sensação de que não existe amor maior que esse.

Andar descalça pela casa, com uma blusa comprida, calcinha de algodão bem confortável e um copo cheio de morangos com leite condensado. E saber o que é doce de verdade.

Ver a chuva cair lá fora e estar aqui dentro, quentinha, ouvindo um fado, pensando em nada, pensando em tudo, dormindo ou simplesmente deitada. E ver que ainda é sábado e que o final de semana não acabou.

Abrir um livro e encontrar uma antiga carta de amor que foi escrita, mas não foi entregue e perceber como o amor e o sofrimento se repetem sempre, quase com a mesma intensidade, mas com formas de descrever diferentes. E ver que de uma narrativa para a outra só mudam os personagens.

Adormecer na cama do meu pai enquanto ele dá beijinhos na minha mão e fingir que ainda não acordei só para ele continuar a mexer nos meus cabelos e dizer no meu ouvido “amo tu”. E ter medo de um dia perder isso.

Tomar um banho muito quente, de deixar a pele vermelha, sair enrolada na toalha e deitar na cama e assim dormir, de toalha, mas com alguém do lado. E deixar que esse alguém sinta o cheiro do seu pescoço.

Acordar com o rosto amassado, os olhos inchados, o cabelo despenteado, o pijama todo torto no corpo, e se espreguiçar demoradamente e perceber que tem um cachorro lindo lambendo o seu dedão do pé. E achar que baba de cachorro é o máximo.

Pegar aquele bebezinho no colo, dar mamadeira, colocar para dormir, fazer massagem para cólica, dar beijinhos na barriga, apertar o bumbum, fazer palhaças, mesmo quando ele não é seu. E ver que se fosse seu, você seria a melhor mãe do mundo.

Comer crepes de chocolate com quem nos faz bem, por que um crepe de chocolate só se divide com quem se gosta. E saber que essa pessoa também gosta de nós em algum momento.



CRÉDITOS

Aos crepes de chocolate.
A mamãe por ser tudo.
Ao meu pai por ser.
À minha amiga Janaína por estar.
Aos lençóis por me abraçar.

Auf wiedersehen.

Proparoxítona

Antes de qualquer post mais profundo preciso dizer que tive sonhos estranhos esta noite.
Num deles sonhei que, ao sair com um cara pela segunda vez, estava usando a roupa que havia usado no primeiro encontro com o dito cujo e, pasmem, ele reparava que a roupa era a mesma e se ofendia. E eu, desesperada, me justificava dizendo que tinha engordado e que só aquela roupa cabia em mim.
O outro sonho foi mais estranho ainda. Eram 8 da manhã e eu assistia um jornal matinal qualquer, apresentado pela Ana Maria Braga e o Louro José e o jornal anunciava em tom de perigo: "o CONAR, juntamente com a Associação Brasileira de Redatores Publicitários entra em colapso nesta manhã. O fato é que o governo proibiu o uso de proparoxítonas nos textos publicitários".
Pronto, meus sonhos estranhos estão aí. Que se cuidem os redatores.

Auf Wiedersehen.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Quanto vale um tostão furado?

Um tostão furado num vale nada.
E vale tudo ao mesmo tempo.

Auf wiedersehen.

1000 perguntas

Mas essas são só algumas.

Por que eu acredito em tudo?
Por que eu acho que todo mundo é bonzinho?
Por que o mundo não é tão legal assim?
Por que eu sou humana se eu queria ser golfinho?
Por que eu não moro na minha terra?
Por que esse planeta não é minha terra?
Por que eu sinto mais do que todo mundo?
Por que eu penso demais?
Por que meu coração nunca está sereno?
Por que é comigo que os grandes amores acontecem?
Por que é comigo que esses amores não dão certo?
Por que eu gasto tanto dinheiro?
Por que eu tomo ovomaltine se eu acho tão doce?
Por que eu conheço pessoas estranhas?
Por que eu não acredito em deus?
Por que ele não me dá motivos para acreditar?
Por que eu acreditaria nele?
Por que as pessoas nos decepcionam?
Por que eu corro atrás?
Por que eu simplesmente não desisto?
Por que eu deveria insistir?
Por que meu carro vive quebrando?
Por que eu me acho gorda?
Por que o que eu quero é menos do que eu mereço?
Por que é que o que eu mereço é mais do que eu tenho?
Por que é que o que eu tenho é menos do que eu espero?
Por que é que o que eu espero é mais do que me dão?
Por que é que minha mãe não me avisou que tudo isso iria acontecer?


Auf wiedersehen.


Dia de horóscopo

Ria quem quiser, mas domingo é dia de eu e minha extraterrena tomarmos ovomaltine e lermos livros de horóscopo no chão da livraria Saraiva. Sempre muito esclarecedor. Quando aparece alguém importante na nossa vida vamos lá ler o que essa pessoa poderá nos causar ou nos trazer e, incrivelmente, sempre tem dado certo. E então ontem vimos alguns signos:
Libra e Aquário (os nossos signos, o meu e o dela), Virgem e Capricórnio. Tudo muito sério e tudo muito esclarecedor. De verdade. Então saímos de lá, com o copo do ovomaltine vazio e o coração também, por que vimos que esses signos não prestam para nós. Ou prestam né.

Mesmo assim recolhemos
este texto que agora quer
dizer muito para nós:

Gosto e preciso de ti.
Mas quero logo explicar.
Não gosto por que preciso.
Preciso sim, por gostar.

[Mário Lago]

Auf wiedersehen.

O Casamento

Por que é que em todos os casamentos existe sempre uma tia solteirona pagando de gostosa? Pois obviamente encontrei uma figura dessas num casamento. Ela vestia um vestido longo púrpura arrematado com sandálias prateadas cheias de pedraria de falsos cristais. Tudo muito chique. Os cabelos pelos ombros, tingidos de loiro, maquiagem pesada que não conseguia esconder as rugas dos seus cinquenta e tantos anos. Com uma taça de champanhe abraçada por mãos de unhas postiças, enormes, com esmalte vermelho da moda, a tiazona desfilava no salão com um sorriso imenso no rosto. Ao seu lado um jovem musculoso, com bronze de solário, cabelo platinado, espetadinho, cheio de cera e com um figurino modernoso afeminado, dança freneticamente, rebolando o quadril e olhando a loira cinquentona dos pés à cabeça, simulando um desejo por ela com expressões dignas de filme erótico francês. A figura disfarçada do garoto de programa. A tiazonha dança, enlouquecida de champanhe, jogando os cabelos para todos os lados, se sentindo a rainha de bateria daquela grande escola que se tornou o salão de festas. Como que desfilando na Sapucaí ela abre os braços para o alto e joga a cabeça para trás com profundo regozijo.


Auf wiedersehen

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Silvia, a ardilosa

Silvia, toda prosa, chegava ao bar com a saia curta, o cabelo preto solto pelas costas, o olhar inocente e a mente ardilosa. Sentava-se nos banquinhos altos, pegava uma bebida com muito gelo e esperava ansiosa. Ao som das melhores músicas Silvia dançava, depois se sentava. Atraía olhares por onde passava, jogava os cabelos com tamanha graciosidade como se eles também fossem um passo da sua dança. Não olhava para ninguém, deixava que olhassem para ela. Fazia por onde ser notada, quer fosse no pestanejar dos olhos, ou no balanço dos quadris ou até no modo como pegava o seu copo. Silvia era, ela toda, desejo. Escondia, por trás da maquiagem pesada, o dia de trabalho, o cansaço, o vazio e o medo. Silvia desfilava pelo salão suas longas pernas de garça em cujos pés se arrematava uns sapatos vermelhos de saltos muito altos. O salto era a postura, toda ela firme e segura, sem denunciar que a postura ereta e obtusa escondia uma certa candura. Silvia batia os olhos em alguém naquela noite. Qualquer alguém que fosse e, sem pensar, roubava mais um beijo. Mais um, mais dez, mais tantos outros sem qualquer graça, com toda a farsa e sem nenhum interesse. Silvia não queria uma história de amor, não queria um conto de fadas, não queria um príncipe encantado. Silvia não queria nada, queria apenas uma noite menos vazia que as habituais. Não queria telefonemas no dia seguinte, não queria cartas nem recados, não queria nem saber o nome. Mas acontecia o que Silvia nunca queria nem sonhava, no outro dia, mal acordava, já tinha mais um homem caído aos pés dos seus altíssimos saltos vermelhos. E todas as semanas era assim, quando Silvia soltava seus cabelos pelas costas, quando o seu corpo flutuava pela rua, Silvia se sentia mais despida, mais nua e roubava mais um beijo qualquer para se agasalhar. Um dia Silvia descalçou os sapatos, não saiu de casa, não colocou a pesada maquiagem, prendeu o seu cabelo um arranjo desregular no topo da cabeça, vestiu uma camisa velha que tinha de seu pai e dormiu. Dormiu por dias a fio, sem hora para acordar nem para comer, sem ter o que ver pela janela, sem telefones, sem ninguém. E quando acordou, Silvia encontrou ao seu lado, na cama, um corpo igual ao seu, com uns olhos expressivos, olhando para ela, ardilosos e vazios. Silvia pegou nesse corpo e o trancou no armário, junto com os sapatos vermelhos e engoliu as chaves para nunca mais abrir. Quanto ao corpo não se perdeu grande coisa, quanto aos sapatos vermelhos, Silvia decidiu comprar outros, mas desta vez azuis.


CRÉDITOS

Aos homens que são igual a Silvia e que as mulheres esperam que um dia também se tranquem num armário e engulam a chave.

Auf wiedersehen.

Recursos estilísticos - Uma forma didática de aprender

Para compreender o texto, consulte uma gramática.

Hipérbole é a bunda da Sheila Carvalho.
Oxímoro é a bunda da Mulher Melancia
Ironia é a bunda da Giselle Bünchen.
Metáfora é “dormir” com alguém.
Antítese é dormir quando deveria estar acordado.
Eufemismo é dizer que “seu menino” adormeceu,
Quando, na verdade, está morto e não tem quem ressuscite.
Hipocorismo é chamar seu órgão genital de bilauzinho.
Metonímia é pegar uma “loira”.
Sinédoque é beijar mil mortais gostosas.
Pleonasmo é dizer que Juliana Paes é BOA.
Anáfora é dizer que nem fode, nem sai de cima,
nem caga, nem desocupa a moita.
Antonomásia é ser uma amélia.
Anacoluto é quando você tem o feio
e o bonito lhe apetece.
Disfemismo é chamar Britney Spears de obesa.
Aliteração é você sempre se sentir a sensação do pedaço
e ver que isso não passa de um sonho insensato seu.
Personificação é dizer que a vida sorri pra gente.
Assídeto é sair segunda, terça, quarta, quinta e sexta.
Gradação crescente é tomar uma, duas, três, quatro, cinco cervejas.


Auf wiedersehen.

Os melhores textos não são felizes

Já quis escrever textos felizes, que fizessem as pessoas rir, mas o que tenho de palhaça na convivência, não o tenho na escrita. Isto por que só escrevo quando estou triste ou quando o assunto realmente se vê pertinente e inconvenientemente chato na minha cabeça. Contudo, sempre me pergunto: por que é tão difícil escrever textos felizes? E as perguntas continuam.

Mas de que valem os textos felizes? Os grandes textos, os grandes poemas e os grandes poetas não escreveram textos felizes. Os textos com aquele tempero de saudosismo e melancolia são aqueles que guardamos para sempre. Por que o ser humano tem um quê de derrotado e a derrota é tão mais vivida, mais sofrida e mais sentida que a alegria, que a vitória. O que seria da poesia sem a incerteza de Fernando Pessoa, sem a agonia profunda de Antero de Quental, sem o bucolismo de Alberto Caeiro? O que seria da prosa sem o desespero de Camilo Castelo Branco, sem o trágico e o infortúnio de Eça de Queiroz? O que seria o teatro sem o verbo rasgado e os conflitos humanos de Nelson Rodrigues? O que seria a arte sem Santa-Rita Pintor, Munch ou o desequilíbrio de Kokorska?
Seja qual for a narrativa, escrita, atuada, pintada ou esculpida, só é refinada, sublime, profunda, etérea e eterna, se for submersa nos maiores pesares do homem.



CRÉDITOS

A Fernando Pessoa e seus heterônimos.

A Antero de Quental e seu suicídio.
A Santa-Rita Pintor e seu suicídio.
A Mário de Sá Carneiro e seu suicídio.
A Camilo Castelo Branco e seu suicídio.
A todos os outros mestres da tristeza e do ócio.

Auf wiedersehen.



POST AUTOBIOGRÁFICO

Para quem quiser me conhecer mais.
Se quiser.

Eu pago as minhas contas.
Eu levo meu carro pro conserto.
Eu pinto minhas unhas.
Eu faço minha maquiagem.
Eu decoro minha casa.
Eu coloco água nas minhas plantas.
Eu encontro tempo onde não existe.
Eu invento tempo também.
Eu perco a memória a cada 5 segundos.
Eu perco as chaves e o celular a cada 3 dias.
Eu canto sozinha ou para a agencia ouvir.
Eu ando na chuva sem medo de molhar o cabelo.
Eu cuido das minhas irmãs.
Eu amo minha mãe.
Eu carrego um mundo que não é meu nas costas.
Eu também carrego uma culpa imensa.
Eu tenho costas doloridas todos os dias.
Eu não moro com os meus pais.
Eu não lavo o meu carro.
Eu sempre acordo mais cedo que o despertador.
Eu mordo a bochecha dormindo.
Eu tenho um travesseiro de hipopótamas bailarinas.
Eu digo não muitas vezes.
Eu digo sim mais do que gostaria.
Eu não dou sorrisos de graça.
Eu não sou um doce.
Eu sou muito pequena.
Eu sou enorme.
Eu falo muita besteira.
Eu leio muitos livros.
Eu desenho por horas a fio.
Eu telefono para a minha amiga.
Eu almoço na casa da minha avó.
Eu não gosto de ar-condicionado.
Eu trabalho de verdade.
Eu não sou bióloga marinha como eu sempre sonhei.
Eu me incomodo com barulho.
Eu não gosto de chuva.
Eu gosto de muito frio.
Eu preciso constantemente de chocolate.
Eu começo meu dia de inverno calçando sapatilhas
prateadas.


Auf wiedersehen

terça-feira, 10 de junho de 2008

Dando um jeito na vida

Este mês escolhi dar um jeito na vida. Por que um dia, todo mundo precisa dar um jeito na vida. Agora passo a citar a lista de coisas que preciso fazer, ou que já estou fazendo, para dar o tal jeito necessário:

O que preciso fazer

Arrumar o carro:
Trocar a correia dentada
Ajeitar o escape
Revitalizar a pintura
Trocar o forro das portas
Colar as peças que estão caindo
Lavar o carro
Calibrar os pneus
Comprar calotas novas.

O que já estou fazendo

Arrumar o quarto:
Comprar cortinas beges, não aguento mais as rosas
Comprar uma cama de casal, já tenho o colchão
Colocar um lindo tapete
Colocar as prateleiras na parede e encher de livros
Trocar a escrivaninha
Arrumar o quarto de mamãe para quando ela chegar.

Arrumar a sala:
Comprar plantas
Colocar uma rede na varanda
Buscar meus quadros e colocá-los na parede
Comprar mantas para o sofá
Colocar as almofadas baratinhas que encontrei na tok stock
Deixar tudo lindo para minha irmã e minha mãe.

O que está incompleto

Arrumar a vida:
Me inscrever numa academia
Fazer os trabalhos da faculdade
Fechar a boca para a balança
Fechar o coração para balanço.

Em julho eu tiro férias.

Auf wiedersehen

Sex and the City - o filme


Quatro mulheres que sempre se vestem bem: bolsas Prada e Louis Vuitton, perfumes Channel, sapatos Manolo Blahnik, ou Jimmy Choo, roupas Cavalera, de La Renta, Dior e uma incessante busca por algo que não tem marca: amor. Apesar do filme fugir ao bom humor original da série, ele trata perfeitamente do amor. Através de quatro histórias paralelas, o amor é descrito nas suas mais variadas formas e manifestações:
A felicidade plena, a traição e o perdão, o amor-próprio e a infidelidade e o abandono. Este último é o ponto crucial do filme. O homem que depois de anos de namoro decide se casar e, num estalo de covardia, abandona a noiva no altar. Falando numa escala menor, podemos perceber quantos amores são abandonados antes mesmo de começarem. Quantos homens abandonam amores e pessoas simplesmente pela falta de coragem de se envolver. Sem que percebam, justificam esse abandono das formas mais patéticas acreditando que a mulher, em sua pureza, vai acreditar nelas também. E muitas realmente acreditam, ou fingem que acreditam. Mas como mulher posso dizer que as mulheres pensam muito. E pensamos que os homens dão desculpas patéticas que não nos convencem por que simplesmente preferimos acreditar nessa versão do que na versão simplificada: quando eles não querem se envolver, não querem mesmo e não se envolvem e não dizem isso diretamente por que para eles parece óbvio, mas para nós, que lemos as entrelinhas e que inventamos muitas delas, o não quer dizer sempre um talvez, tenho medo ou não sei. A eles não falta coragem para assumir um relacionamento, falta vontade. A nós falta coragem para aceitar isso.


CRÉDITOS

A Samantha Jones, Charlotte, Miranda e Carrie Bradshaw por tratarem do amor como mulheres.

domingo, 1 de junho de 2008

Peixes dentro de um aquário bem apertado

Não há coisa mais interessante que observar pessoas.

Elas estavam encostadas ao bar. Cabelos lisos, escovados no cabeleireiro, unhas vermelhas, peles macias, rostos porcelanados pelo pó-de-arroz, olhos marcados pelo kajal, lábios brilhantes feito cerejas, roupas pretas, para emagrecer, saltos muito altos e o mesmo olhar vazio de todas as outras bonecas de porcelana que se acomodavam à sua volta. O cabelos tingidos de loiro, as costas eretas para exibir o busto, o olhar incessantemente sensual, como se sofressem de um eterno apetite sexual. Elas não sorriem, movimentam os lábios na horizontal, não abrem a boca nem mostram os dentes, são comedidas, não por timidez, mas por falta de expressão. Olham para o recinto apertado e escuro. Percebem cada olhar masculino sobre suas curvas e retribuem o olhar com um outro, de esgelha e conseguem até fingir o rubor das bochechas, mas é blush.
Elas permanecem encostadas toda a noite no bar, conseguem bebidas de graça soltando gracinhas para os garçons, não dançam, se embriagam e permanecem com suas poses de divas mesmo quando os calos dos seus sapatos não as deixam mais ficar em pé. São todas assim e todas, quase que ao mesmo tempo, olham para o outro lado do bar. Alguma coisa chamou atenção e não foram os machos. Duas mulheres pequenas. Duas mulheres que parecem meninas, perdidas naquele lugar. Elas cantam todas as músicas, sabem todas as letras, as que não sabem inventam. O canudinho serve de microfone para aquele furor. Duas meninas que se destacam por serem muito felizes. A felicidade delas incomodava e destoava do recinto. Os homens também começam a estranhar, mas a estranheza logo se transforma em perplexidade e interesse. As bonecas de porcelana substituem os olhares vorazes por um questionamento: o que as faz serem tão felizes? de que tanto riem? por que não se preocupam em fazer caretas e rir alto demais? por que não se incomodam com os cabelos à chuva? Por que tiram os sapatos quando os calos doem? E não encontram resposta. Essas duas pessoas pararam o lugar escuro e apertado. Mesmo minúsculas eram peixes grandes demais para aquele aquário, eram peixes de mar, não de criatório. Eram peixes que sabiam sorrir com a boca e com os olhos e com todo o corpo, peixes que não precisavam de motivos para sorrir. As duas pessoas peculiares desta história não faziam gracinhas para o garçon para ganhar bebidas, mas para pedir os morangos vermelhos que eles colocariam nos drinks, e saltavam e vibravam com as músicas como se fossem crianças.

CRÉDITOS

A nós, Janaína, os peixinhos desta história.
Às outras mulheres que também são peixes de mar.

Não sei

A melhor expressão que já foi inventada no mundo é o "não sei".

-Você quer ir ao cinema? Não sei.
-Quer ir viajar? Não sei.
-Que tal comermos um crepe? Não sei.
- Você quer o quê? Não sei.

Não sei é ótimo. Não damos uma resposta concreta, não aceitamos nem abandonamos qualquer possibilidade e podemos sempre mudar de idéia por que "não sei" significa claramente "não me comprometi a isso". É assim que a minha vida tem funcionado ultimamente. Nem sim, nem não, simplesmente não sei. E aí faço tudo, viajo, como crepes vou ao cinema, ou não faço nada, mas qualquer coisa que eu decida fazer, decidi por que tive o tempo e a falta de comprometimento que o "não sei" me permitiu. A única coisa chata, muito chata, é a indefinição. Tem os que usam o "não sei" com parcimônia e sabedoria para preponderar e os que usam por que simplesmente não têm coragem de dizer NÃO. E aí quem está do outro lado que espere.

Experimente você também o "não sei", mas ao contrário da camisinha não use sempre, use com moderação.

CRÉDITOS

Aos meus amigos que não sei quando vou ver, mas que quero vê-los sempre.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

JUNG: Novos arquétipos para você se atualizar!

Trabalho de psicologia. Tive que pesquisar, ler e observar bastante os seres humanos para fazer uma contextualização do meu trabalho que teve uma abordagem na psicologia analítica do saudoso JUNG. Na verdade o tema aprofundado foi sobre o ‘AMOR ROMÂNTICO”, mas isso será comentado com mais emoção em um outro post.
Inconsciente coletivo, arquétipos, persona, anima, animus... Ufa. Usei as lentes de Jung e depois que apresentei o trabalho começei a enxergar tudo com mais clareza, observei tanto que descobri novos arquétipos então achei que deveria dividir essa experiência com vocês.
Não são todos, mas estes a seguir são alguns dos que observei em nossa atualidade ocidental.
ATENÇÂO:Qualquer semelhança com vocês na descrição destes arquétipos poderão ser mera coincidência

*BAD KID PAMONHA – É aquele cara que é aparentemente um “bad boy”, fala grosso, É grosso, brigão, machista mas consegue mudar completamente para a versão pamonha quando se apaixona por uma bonitinha, mas ordinária. Esse tipo se sujeita a coisas inacreditáveis, inclusive ser traído, tudo para ter ao lado uma mulher que ele considera irresistível, sendo assim, precisa dela para carrega-la como seu troféu.

*BONITINHA, MAS ORDINÁRIA –Fútil, vazia e interesseira. É aquele tipo que usa de sua beleza e oportunismo para conseguir tudo o que quer das pessoas ao seu redor. Seja de amigos, família, namorados ricos,( preferencialmente os bad kid pamonhão) e até mesmo desconhecidos que não resistem a um lindo rostinho e não dão a mínima mesmo para o tal do caráter.

*PRATO DE PAPA- Esses são aqueles que julgam, criticam, falam bonito e dão conselhos de como as coisas deveriam ser (teoricamente), mas basta a tal coisa acontecer com eles na prática que eles são os primeiros a contrariar todos os seus princípios e além de não fazerem o que dizem, acabam mesmo é não fazendo “NADA”.

*PROBLEMÁTICO BEM RESOLVIDO – É o tipico cara que se diz bem resolvido amorosamente (especialmente quando se trata do seu último relacionamento), que diz ter superado todos os traumas, a separação e a falta daquela pessoa que não correspondeu as suas expectativas, mas basta que seu atual relacionamento dê pequenos sinais de semelhança com o anterior para que ele pire o cabeção e resolva se afastar, alegando o motivo mais idiota possível.

SOBRENOME SEM SAL – São aquelas mulheres discretas,certinhas, fresquinhas, apagadinhas, muito, mais muito parecidas com a mãe de todos os homens e que por esse motivo despertam neles a vontade de voltar para o útero aconchegante, mas não sendo possível voltar para o útero, eles se contentam com o colo,o ombro e outras partes dessas pessoas que mesmo ‘sem sal’ possuem um sobrenome.

*PROSTITUTO – Sim, agora existe uma versão masculina com algumas diferenciações da tradicional. Ele não cobra pela noite, ele é quem paga o motel, ele não usa as mulheres porque na verdade é usado por elas e é justamente em ser homem objeto que consiste o seu maior prazer. O grande problema é que ele não tem o mínimo critério na escolha de suas parceiras ( ou melhor, na hora de ser escolhido ).

OBS: Muito preocupada com minhas colegas terráqueas, resolvi apenas para esse tipo, abrir uma exceção de meus dons psicológicos que foram externizados pelas lentes do brother JUNG:
BULA PARA O PROSTITUTO:
NOME CIÊNTÍFICO: Homem Objeto

INDICAÇÕES:
Ele é ótimo para ser usado em vingança de casais em conflito, provocar ciúme em pretendentes, para adquirir status, para momentos de carência total e também indicado para quando você não tá afim de fazer doce para “uma noite e nada mais”. Não precisa contar toda a sua vida ou esperar que ele te ligue marcando um primeiro encontro, beije-o primeiro e depois pergunte seu nome. (Ou não pergunte... ahh.. )

CONTRA-INDICAÇÕES:
Para você mulher que se apaixona com muita facilidade, romantiza as situações, é muito frágil, sensível e sempre espera que ele ligue no dia seguinte, saiba que este tipo não tem nada a oferecer além de seu corpinho lindo e apenas por um tempo curtíssimo. Dificilmente ele irá repetir essa experiência com você, até porque ele adora colecionar figurinhas (no caso calçinhas..) então terá que variar bastante para completar seu albúm de inúmeras páginas.

PRECAUÇÕES:
Não se apaixone. E use camisinha.


EXTRA-TERRENAS: São mulheres exceções que se diferenciam no meio a tantas terráqueas, e que, por NÃO serem terráqueas, confundem tanto a cabeçinha dos terráqueos ocidentais da atualidade. Elas sentem uma enorme dificuldade em se comunicar com as pessoas de seu convívio, em especial com os do sexo oposto que não conseguem compreender de onde saíram pessoas tão “diferentes”e ao mesmo tempo especiais. São bonitas, inteligentes, independentes, engraçadas, perspicazes, criativas (algumas trabalham com publicidade ), enfim, são REAIS, mas tanta excêntricidade provavelmente deve assustar alguns tipinhos que devem pensar na famosa frase:“É muito bom pra ser verdade!”e quando isso acontece com os descrentes, eles se afastam, e com os que acreditam parcialmente ou totalmente acaba sendo muito difícil ter ao lado uma pessoa tão EXTRAordinária, logo eles se afastam do mesmo jeito...
CONSELHO: Não quebrem a cabeça tentando entende-las ou decifra-las, apenas aprendam a apreciar a convivência e a ótima influência. Elas conseguem entender muito bem vocês, acho que isso basta.

JUNG: Posso ficar com seu óculos?