segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Hora da faxina

Às vezes parece cansativo arrumar e muitas vezes é preciso tempo para organizar e colocar coisas em ordem. Para que seja possível “arrumar”, é preciso antes bagunçar, e foi assim, arrumando a bagunça de uma desordem recente que eu consegui encontrar muitas coisas:
Uma linda blusa que havia anos que não usava;
Uma frase solta e espontânea num rascunho de papel de guardanapo;
Um chiclete sem cor e duro, que eu joguei longe por preguiça de levar no lixo;
Um cd com a música que me levou de volta a um lugar do qual eu nunca gostaria de ter saído;
A cópia de uma carta (que sim, eu enviei!);
Uma vontade reprimida de dizer que eu amo (ainda que não saiba se é verdade);
Uma calçinha Jogê pink, porém suja;
Uma prova que teve a maior nota da turma;
Uma trabalho que não mereceu nota nenhuma (plágil total);
Uma vontade de jogar tudo que não tem significado fora;
A urgência de repor o significado que está faltando ali;
Uma camisa branca, envelhecida, que perdeu seu perfume para a minha memória;
Uma recordação de um momento bem vivido;
A saudade desse momento que passou;
Os grandes planos de fuga que tinha na infância;

As idéias que ainda não aconteceram;
A coelhinha da minha sobrinha que eu escondi dizendo que ela voltou pra revista;
As minhas melhores piadas;
As certezas que eu senti e que havia esquecido;
A minha consciência de volta no lugar que lhe pertence.
Eu.
O melhor de mim e minhas verdades, confusas ou não. MINHAS!
Eu encontrei muitas coisas e pude colocar tudo no seu devido lugar. “Devido”. Na verdade não existe uma regra para os lugares certos quando tentamos organizar esse tipo de coisa. As coisas estão sempre mudando de lugar e dependendo da fase que estamos vivendo elas passam a ter mais ou menos importância, ou seja, ganham um grande espaço ou ficam apertadinhas em caixas, quase que esquecidas...
Eu coloquei tudo nos lugares que nesse momento eu acho ‘adequados’..
Antes que eu esqueça:
Uma grande surpresa dessa faxina foi que no cantinho do fundo do guarda-roupa eu encontrei uma caixa de sapato. Abri e tirei da caixa apertada e quase que amassada uma linda coroa que tava cheia de poeira, mas que ainda tinha um brilho fantástico. Dei de volta a ela o lugar não só adequado, mas MERECEDOR para o brilho raro que ela carrega..

E em breve esse meu gesto será facilmente reconhecido.

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