sexta-feira, 15 de maio de 2009

Uma crítica

Críticos de cinema criticam filmes.
Críticos de gastronomia criticam comidas.
Críticos de literatura criticam livros.
Críticos esportivos criticam esportes.
E críticos de nada específico são críticos de qualquer coisa.

Acho que todo blogueiro “especializado em generalidades” (vide blog bem interessante da Rosana Hermann: www.queridoleitor.com.br) se inclui nessa categoria. Uma categoria indefinida e livre para criticar o que estiver a fim. Estou escrevendo isso por causa de uma recente experiência pessoal em que minha família me criticou por eu supostamente criticar outra pessoa que nem sequer é da minha família também e a quem eu devo apenas o fato de estar adicionada no meu orkut, o que hoje em dia não quer dizer muita coisa. A crítica do post foi plausível, levando em conta que a pessoa criticada só o foi por que não sabia escrever português, o que para os seres humanos que escrevem em blogs é absolutamente gritante, por que simplesmente percebemos que a inclusão digital trouxe à tona milhares de semi-analfabetos deste querido Brasil.

Pior do que ser criticada por criticar alguém cuja imagem foi preservada, mesmo que essa pessoa se exponha com a pior imagem que alguém poderia expor de si mesma, é saber que, em plena democracia da informação, em plena liberdade de expressão, as pessoas se incomodam e se ofendem com quem nem sequer deveriam se incomodar. Pior ainda do que apenas se incomodarem com aquilo que absolutamente não lhes dizem respeito, é transformar um post num problema de grandeza maior, desnecessária e familiar, como se nós, blogueiras, fossemos crianças de 4 anos que devemos explicação de tudo o que fazemos aos nossos pais.

Aos que se incomodam a esse ponto eu só posso aconselhar a criarem um blog pra si mesmos e verem que, às vezes, acordamos com vontade de criticar alguma coisa que nos incomoda muito e que um blog é um maravilhoso exercício literário para se dizer o que quiser. Se não quiserem um blog, podem se ocupar do orkut alheio.

A inclusão social, além dos semi-analfabetos, trouxe também uma possibilidade de se invadir a vida de qualquer pessoa e, se essa pessoa deixa sua vida ser invadida, está disposta a arcar com as consequências. Quem não quer esse tipo de transtorno pode começar por eliminar os seguintes sites da sua vida: orkut, msn, hi5, twitter, blogs, facebook, email, entre outros.

Um dia, todos nós podemos acabar no blog alheio por qualquer razão. Na internet todos somos celebridades e tal como as celebridades somos criticados quando não fazemos algo tão legal e ovacionados quando fazemos algo que preste. Eu e minhas amigas mesmo já aparecemos em blogs alheios, na tv, no jornal, em portfólios, em qualquer lugar de ordem pública e não nos descabelamos por causa disso.

A pessoa que foi criticada neste blog poderia ter sido criticada por coisas muito piores, mas o blog se ateve apenas à completa falta de gramática e não à completa falta de tantas outras coisas.

Este post todo é só para mostrar como eu e quem mais posta neste blog estamos completamente revoltadas com o ridículo de toda esta situação. Alguém disse que alguém viu que no blog destas meninas tão boazinhas, alguém escreveu um post criticando uma pessoa que poderia ser tão boa e tão pura, mas que, coitada, não sabe escrever português. É assim que acontece uma grande confusão. Pois aos que morrem de pena, se ofendem ou se sentem indignados no lugar da outra pessoa, façam um favor: paguem um curso de português a quem precisa.

CRÉDITOS

A Susue, que apagou o post para não incomodar os outros: um “beijo, te amo.”
Ao meu namorado que me deixa soltar o miniatura pintch que há em mim: amo-te.
A Maurinho, que não tem nada a ver com o post, mas que tem a melhor resposta para isso tudo: “cago baldes.”
Aos semi-analfabetos do Brasil: uma gramática.


É isso. Auf wiedersehen.

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