quarta-feira, 6 de maio de 2009

No fundo, somos todas iguais


Este texto não tem personagens metafóricos. Tudo na primeira pessoa.
Ontem sentei-me no restaurante com a minha melhor amiga e conversamos horas a fio sobre várias coisas em torno de um mesmo assunto que acontece de ser o assunto de sempre, sobre o qual sempre existem várias outras coisas a serem faladas: namorados. Descobri que nós, mulheres, andamos sempre com o coração na mão, pra não dizer outra parte do corpo menos romântica, quando se trata dos homens. Em menor ou maior escala, ou ainda em diferentes graus de variância, nós mulheres, dentro da normalidade, temos um corportamento-padrão em comum: sabemos o quanto o outro (o homem) nos é fugaz.

As mulheres casadas, as bem casadas claro, sabem que ao final do dia seus maridos retornam ao lar, ao seu lado da cama. As que têm namorados sabem que, ao final do dia, os namorados retornam para onde bem entenderem e isso não significa que seja necessariamente para o seu lado da cama. Acho que por isso os homens fogem do casamento, por que sentem que, mal ou bem, seu direito de ir e vir fica comprometido, já que o seu caminho pra ir e vir será sempre o mesmo.

A natureza dotou as mulheres de um instinto materno. Claro, a natureza fez isso, nós não pedimos. Com esse instinto a mulher gera e cria mini-seres humanos que dependem dela integralmente e cuja sobrevivência depende exclusivamente da presença materna. Assim, nos dotou também da sensação de que nossos homens estejam à nossa volta sempre, em todos os momentos. Por isso, em geral, mulheres não têm atividades excludentes do sexo oposto, para garantir que o homem possa sempre participar de tudo. Os homens por sua vez têm atividades tão masculinas que fazem as mulheres se sentirem mal por estarem perto.

Diante desta natureza de ambos os sexos, eu e Janaína constatamos que quando um homem sai sozinho ele leva consigo o nosso coração que fica, literalmente, na mão dele. É um sentimento de insegurança materno esse que nós temos, por que fomos geneticamente treinadas para só olhar, desejar, cuidar e se preocupar com o outro e abandonar todo esse narcisismo que faz qualquer homem amar-se a si mesmo acima de todas as coisas. A gente não compreende isso.

Para qualquer mulher isso tudo é uma tortura. Leve ou pesada. É como se fosse uma despedida, como se ela estivesse perdendo o outro e uma parte de si mesma junto. Toda mulher fica inquieta por que, no fundo, não confia na natureza humana. Se até os filhos deixam as mães, por que os homens não deixariam??!! E não adianta os namorados dizerem que adoram estar conosco. Quando eles não estão por perto, a gente deixa de sentir isso. No final das contas, todos sabem que só os cães são fiéis.

Depois de muita conversa, eu e Janaína chegamos às mesmas conclusões e sentimentos. Em intensidades diferentes claro. Eu na minha patética resignação e ela com um falso amadurecimento. Nisso a gente não amadurece. A gente engole. Amiga, nós somos bananas verdes.

Apesar do crepe ser de chocolate, a conversa não foi doce, mas aprendemos que nós, mulheres, sofremos pelas coisas erradas, somos umas loucas, desvairadas, desequilibradas que não sabemos conviver com o "eu-ego-narcisista" do nosso homem por que, simplesmente para nós, os verbos só se conjugam no plural.

Mas calma! Nem tudo está perdido. Hoje mesmo vou começar a olhar mais para o meu umbigo.



CRÉDITOS

À minha melhor amiga, pelo crepe, a conversa e a companhia.
Aos nossos namorados, por nos darem temas polêmicos para conversar.


Auf wiedersehen

2 comentários:

Dementchi de Deus disse...

entendo perfeitamente Gustavo. Fabiola eh loira e muito mais bonita. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Jana disse...

Digno de roteiro para o:
"Extraterrenas - O filme"
Adorei a arte e nossas falas. :D
Faltou só o "com certeza" de sempre.
Susue, estou ainda mais madura hoje... :P
hehehhehe
Te amo :**